World Domination System
Capítulo 217
Nos 10 anos de vida de Dália, vir para a Capital foi a melhor coisa que já lhe aconteceu.
Estavam no passado o tempo em que ela tinha que passar o dia inteiro sozinha se as outras crianças de sua idade tivessem que ajudar os pais a cuidarem da roça.
Se passaram os dias em que sua mãe tinha que ir para a cama sem comer, só para não sentir fome. Embora a mãe insistisse que ela já havia comido em outro lugar, Dália sabia que ela só tinha bebido água para enganar a fome.
A vinda para a Capital mudara tudo. Primeiro, havia o doce que ela sempre teve que olhar à distância. Desde que ela nunca teve a experiência de ter alguma coisa em abundância, ela valorizava tudo o que recebia, pensando que poderia durar apenas um pouco.
Assim, ela ficou ainda mais feliz quando sua mãe disse, entre lágrimas de alegria, que ela poderia comer todos os doces que quisesse todos os dias, pois elas estariam se estabelecendo na capital devido à bondade do Rei, que havia sancionado algo chamado “pensão” para elas.
Embora ela não entendesse tudo o que sua mãe havia dito, ela tinha a sensação de que suas vidas estavam prestes a mudar para melhor.
Sua mãe sempre teve talento para bordar, com todos os vizinhos elogiando seus trabalhos manuais e usando-os para decorar suas salas de estar ou mesas de jantar.
Depois de economizar a pensão por um mês, sua mãe comprou uma caixa estranha da qual Dália foi orientada a ficar longe porque era muito delicada.
Aparentemente, esta era uma daquelas ferramentas que ela só tinha ouvido falar, mas nunca tinha visto, exceto nas poucas vezes que foi à casa do prefeito da aldeia.
O incrível é que toda vez que sua mãe se sentava com um novelo de lã em frente a esta caixa, algumas horas depois, um lindo bordado estaria nas mãos de sua mãe como se tivesse sido feito pela caixa com um passe de mágica.
Tudo parecia estar indo bem, mas depois de um mês, a caixa quebrou e saiu uma fumaça preta como se algo dentro dela tivesse explodido.
Sua mãe raramente praguejava, mas esse incidente a fez reclamar que o vendedor, que dissera que aquilo era uma ferramenta de terceira mão e com certeza trabalharia por seis meses, era um trapaceiro e um mentiroso que precisava ser levado à justiça.
Sem outra opção, mais dois meses de economia tiveram que ser gastos na compra de outra caixa que parecia estar em melhores condições do que a outra, que tinha vários amassados ao redor.
Em alguns dias, Dália acompanhava sua mãe ao mercado onde montavam uma banca para vender os bordados. Embora nos primeiros dias tivessem recebido poucos clientes, com o tempo, aqueles que perceberam que o bordado nesses trabalhos manuais era muito mais detalhado do que o que era vendido em muitas lojas de roupas de Lanthanor, correram para a banca para comprar o máximo possível.
Isso encantou as duas, fazendo-as acreditar que esse negócio era realmente viável para elas ganharem o suficiente para sobreviver e até mesmo economizar para tempos de necessidade.
Sua parte favorita sobre a Capital veio logo depois.
Tinha a forma do maior edifício que Dália já tinha visto na vida. Rotulada como Escola de Lanthanor, ela ficou confusa sobre o que era quando sua mãe a trouxe aqui no primeiro dia depois de lhe dar um apilha de pergaminhos e uma pena.
Dizendo apenas que gostaria de ter tido essa oportunidade quando tinha sua idade, sua mãe a mandou para dentro junto as muitas crianças, que também tentavam confusamente descobrir onde deveriam estar.
Depois de ser conduzida a uma grande sala por uma gentil senhora que perguntou se ela havia se perdido, Dália ouviu pela primeira vez sobre o Continente de Angaria, que fez nascer dentro dela uma sede de conhecimento.
Todas as ocupações do continente foram definidas claramente, com a que mais chamou a atenção de Dália sendo a de um encantador.
Ela sabia muito bem que, embora tivessem terras na aldeia onde ela nascera, tinham que trabalhar dia e noite porque não podiam pagar pelos instrumentos mágicos que mantinham a fazenda.
Embora elas tivessem vindo para a Capital, onde suas vidas eram muito melhores e ela também tivesse mais amigos para brincar, ela não podia deixar de sentir que este não era seu verdadeiro lar.
Assim, tudo o que ela queria era poder se tornar alguém que pudesse fazer aqueles dispositivos mágicos para que ela pudesse cuidar da fazenda sozinha enquanto a mãe descansava. Afinal, Dália imaginou que até sua mãe se sentia da mesma forma, por todo o tempo que ela passou sentada na varanda de sal pequena casa de um quarto e olhou para todos os prédios ao seu redor, como se desejasse os campos abertos da aldeia.
Desde aquele dia, ela, voluntariamente, diminuiu seu tempo de brincadeiras, para aprender o máximo que pudesse. Sempre que tinham dinheiro suficiente, sua mãe a levava à biblioteca da cidade, onde havia tantos livros que seu queixo caiu quando os viu pela primeira vez.
O conhecimento a amadureceu e, em poucos meses, ela começou a agir como alguém que estava muito além de sua idade.
À medida que sua visão de mundo crescia, a adoração que ela tinha pelo Rei, que tornara tudo possível, crescia dia a dia até o ponto em que o Rei e o Reino tinham a maior importância em seu coração, logo depois de sua mãe. Isso também foi atribuído aos livros sobre a ascensão do Rei ao trono, que estavam disponíveis gratuitamente até na escola.
Hoje, a cidade inteira entrou em festa por causa de um anúncio feito pelo governo.
O Príncipe mais Velho, que havia cometido os atos mais graves na história conhecida do Reino, finalmente seria levado à justiça pelo Rei, que havia prometido que assim seria.
A última vez que ela e sua mãe viram a execução, ela não tinha ideia do que estava acontecendo. Assim, desta vez, ela resolveu ver tudo e, esperançosamente, ter um vislumbre do homem que foi responsável por mudar sua vida.
Na escola, as únicas reclamações dos professores sobre ela era que, frequentemente, se metia em discussões e até brigas com aqueles que expressavam opiniões negativas sobre o Rei.
Ansiosa para ver a expressão deles, quando percebessem que o Rei era alguém que cumpria sua palavra, Dália correu de volta para casa com a intenção de comemorar com sua mãe.
No entanto, quando ela se aproximou do prédio onde ficava o apartamento que haviam alugado, ela percebeu que algo estava errado devido à fumaça preta que saía pela janela.
Preocupada com a mãe, ela imediatamente correu para dentro e ficou feliz ao ver que ela estava bem. Só que ela estava caída no chão, soluçando.
Ao ver Dália entrar, Helena levantou-se e abraçou-a com força. Nos últimos meses vira a filha amadurecer com uma velocidade que a surpreendeu. Sabendo que isso se devia principalmente à escola, que permitia à filha pensar por si sem ser restringida por conhecimentos limitados, Helena ficou ainda mais grata ao Rei.
Assim, recentemente, ela havia parado de tratar a filha como uma criancinha, passando a confiar e até depender dela para manter a família. Afinal, com a maturidade vem responsabilidades, e ela sabia que só se cansaria se tentasse dar conta de tudo sozinha.
Com palavras gaguejantes ela disse: “Quebrou de novo e usei o resto do nosso dinheiro para comprar suprimentos para o enorme pedido que recebemos outro dia. O que fazemos agora?”
Dália ficou sem palavras. Quando receberam o pedido, receberam instruções estritas que a encomenda deveria ser entregue no prazo especificado ou haveria consequências terríveis. Até agora, Helena nunca atrasou um pedido sequer, o que, na verdade, as levou a receber esse pedido em primeiro lugar.
Agora, esse desastre havia ocorrido, o que poderia levá-las a fechar seu negócio por perder a credibilidade e atrair a ira de pessoas poderosas, a quem elas ofenderiam por não serem capazes de entregar o pedido.
Nesse momento de angústia, a única pessoa de quem ela se lembrava era o homem alto e arrojado com um dragão nos ombros, que ela acreditava ser a pessoa mais gentil do mundo.
“Mãe, depois da execução amanhã, iremos ao Palácio. Mesmo essa ferramenta deveria durar mais um ano e a polícia se recusa a aceitar o caso. Acredito que encontraremos justiça lá.”, disse ela com os olhos brilhando.