I Fluxo do Tempo I

O fluxo do tempo é assustador.
Um dia nublado, outro clareia.
Da roseta, é correia.
Que compreensão o tempo anseia?

Suas pegadas são nuvens.
Uma some, outra se cria.
Se eu almejasse o topo destes céus,
Viveria de utopia.

Deleitosa é esta agonia,
Que do meu peito se alimenta.
Não é vendaval, nem tormenta.
É brisa devaneia.

Pessoas são como ferramentas.
Apertam as porcas soltas em minha maquinaria.
Quando uma desgastar, troque-a.
Assim fora me ensinado durante a vida.

Um ponto errôneo, de fato.
Creio que seja prosopopeia.
Gostaria de viver aventuras,
Escrever minha própria odisseia.

Não quero separações, quero pangeia.
Una-se a mim firmemente.
Para que o fluxo do tempo,
Não venha a me assustar novamente.